quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Rios Voadores mostra impacto do desmatamento da Amazônia sobre o clima


O vapor d'água gerado na Amazônia e transportado pelas massas de ar tem impacto decisivo sobre o clima nas demais regiões do Brasil e principalmente sobre o ciclo de chuvas no Sul e no Sudeste.

Essas são algumas das conclusões a que chegou a equipe do Projeto Rios Voadores, coordenado há dois anos pelo engenheiro e ambientalista Gérard Moss, com patrocínio de R$ 3,45 milhões do Programa Petrobras Ambiental e parceria da Agência Nacional de Águas (ANA).As informações recolhidas pela equipe de pesquisadores permitirão mostrar até que ponto o desmatamento da região amazônica poderá afetar o clima brasileiro e como tal degradação pode alterar o ciclo hidrológico, que se refere à distribuição e circulação da água na natureza. Dessa forma, será possível compreender melhor as causas tanto das grandes tempestades quanto dos extensos períodos de seca.

"O objetivo do estudo é entender melhor o trajeto percorrido por esses verdadeiros rios voadores, que viajam sobre nossas cabeças e podem ter volume maior que a vazão de todos os rios do Centro-Oeste, Sudeste e Sul", explica Gérard, que já fez 12 viagens sobrevoando o Brasil em um avião monomotor. Nessa expedição, ele recolheu cerca de 500 amostras de vapor d'água em diferentes camadas atmosféricas, entre 500 e 2 mil metros acima do nível do mar.

As amostras são recolhidas em um coletor externo instalado no avião, que capta o ar ambiente e o direciona a um tubo de vidro, que por sua vez é resfriado em gelo seco (-80ºC), para condensar a umidade em uma gota dentro do tubo. A partir daí, as amostras são analisadas no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), em Piracicaba (SP). Com base nas propriedades dessa gota d'água são definidos origem, dinâmica e deslocamento da água carregada pela massa de ar.

A coordenação científica do Projeto Rios Voadores é de Enéas Salati, agrônomo diretor Técnico da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). Estudos realizados por ele há 30 anos revelaram que 44% do fluxo de vapor d'água que penetra na região amazônica vindo do Oceano Atlântico condicionam o clima da América do Sul e atingem as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Essas pesquisas são utilizadas até hoje como base para o conhecimento hidrológico da região e foram fundamentais para a elaboração do Projeto Rios Voadores.

As três linhas de atuação do Programa Petrobras Ambiental 2008-2012 são:
Gestão de corpos hídricos superficiais e subterrâneos, com ações voltadas para reversão de processos de degradação dos recursos hídricos e promoção e práticas de uso racional desses recursos;
Recuperação ou conservação de espécies e ambientes costeiros, marinhos e de água doce;
Emissões evitadas de carbono, com base na recuperação de áreas degradadas, reconversão produtiva (mudança na atividade econômica) e conservação de florestas e áreas naturais;
As duas primeiras seleções públicas realizadas, em 2004 e 2006, contemplaram projetos selecionados que desenvolvem ações a partir da promoção e conscientização sobre o uso racional dos recursos hídricos; da manutenção e a recuperação das paisagens visando ao equilíbrio do ciclo hidrológico; e da promoção da gestão ambiental voltada para a preservação das espécies ameaçadas e a conservação dos ambientes marinhos ameaçados.
Em 2008, foi realizada a terceira seleção pública, que contemplou 47 de 892 projetos inscritos. Eles receberão, no total, R$ 60 milhões para iniciativas a serem desenvolvidas até 2010.

Impacto do Desmatamento

Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das florestas tropicais, as mais ricas em biodiversidades. Essa devastação ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do Sul e Sudeste Asiático. O desmatamento ocorre principalmente como conseqüência da:
- Extração da madeira para fins comerciais;
- Instalação de projetos agropecuários;
- Implantação de projetos de mineração;
- Construção de usinas hidrelétricas;
- Propagação do fogo resultante de incêndios.
A exploração madeireira é feita clandestinamente ou, muitas vezes, com a conivência de governantes inescrupulosos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Não levam em conta os interesses das comunidades que habitam os lugares onde são instalados, nem os interesses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos transnacionais, interessados apenas em auferir altos lucros.
Os incêndios ou queimadas de florestas, que consomem uma quantidade incalculável de biomassa todos os anos, são provocados para o desenvolvimento de atividades agropecuárias. Podem também ser resultado de uma prática criminosa difícil de cobrir ou ainda de acidentes, inclusive naturais.
A primeira conseqüência do desmatamento é a destruição da biodiversidade, como resultado da diminuição ou, muitas vezes, da extinção de espécies vegetais e animais. Muitas espécies que podem ser a chave para a cura de doenças, usadas na alimentação ou como novas matérias-primas, são totalmente desconhecidas do homem urbano-industrial e correm o risco de serem destruído antes mesmo de conhecidas e estudado. Esse patrimônio genético é bastante conhecido pelas várias nações indígenas que habitam as florestas tropicais, notadamente a Amazônia. Mas essas comunidades nativas também estão sofrendo um processo de genocídio e etnocídio que tem levado a perda de seu patrimônio cultural, dificultando, portanto, o acesso aos seus conhecimentos.
Um efeito muito sério, do desmatamento é o agravamento dos processos erosivos. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto da chuva com o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação. A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As conseqüências dessa interferência humana são várias.
- Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos, como resultado da retirada de sua camada superficial, e, muitas vezes, acaba inviabilizando a agricultura;
- Assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação, que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação;
- A elevação das temperaturas locais e regionais, como conseqüência da maior irradiação e calor para atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da energia solar é absorvida pela floresta para o processo de fotossíntese e evapotranspiração, Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias.
- Agravamento dos processos de desertificação;
- Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrio nas cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes sem nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente para agricultura.
Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também a queima das florestas que tem colaborado para aumentar a concentração de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Desmatamento na Amazônia: a miopia do debate


O governo brasileiro acaba de anunciar o índice anual (2003-2004) de desmatamento na Amazônia. Segundo o INPE, 2.6 milhões de hectares (26 mil km2) de florestas vieram ao chão. Somente em 1995 registrou-se um valor maior (2,9 milhões ha) do que o atual. Tal fato confirma a suspeita de que um novo patamar de desmatamento foi atingido, já que a taxa média para os anos 90 não ultrapassou os 1.7 milhões de ha. Contudo, passada a indignação de praxe, a sensação é que o debate gerado não serviu para muita coisa. Talvez porque o debate tenha sido míope. O excessivo foco das discussões sobre o valor da taxa de desmatamento tem nos privado de uma discussão mais profícua.Todos conhecem as causas do desmatamento, mas pouco se debate sobre o tipo de desmatamento que é e não é aceitável ou necessário. Todos concordam que as taxas com que a floresta vem sendo derrubada devem ser reduzidas. Há pouca concordância sobre quanto deve ser uma redução satisfatória, como consegui-la e onde implementá-la. A miopia vem, portanto, da falta de qualificação do desmatamento. Para isso é necessário aceitar a premissa de que em algumas áreas ele é aceitável. Assumindo tal premissa, talvez seja mais fácil identificar e atuar contra aquele desmatamento indesejável do ponto de vista social, econômico e ambiental.No ano passado, em 2004, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia - IPAM, publicou um livro intitulado “Desmatamento na Amazônia: indo além da emergência crônica”, onde apresentamos sob qual ótica o desmatamento seria apropriado ou inapropriado. O desmatamento inapropriado seria aquele que visa apenas tomar posse de terras, ocorre em terras que não são aptas a produção pretendida (morros, alagados, etc) e, por conseguinte é ilegal (atinge a reserva legal e as áreas de proteção permanente). Por sua vez, o desmatamento apropriado seria aquele, necessariamente legal, mas também o realizado em solos aptos para agricultura e, portanto, com baixo risco de abandono precoce da atividade. Isso separaria o desmatamento que decorre das ações de grilagem – como aquele que tem afetado aceleradamente a região da Terra do Meio e da abertura da estrada BR-163, no Estado do Pará, onde, segundo dados de 2003/2004, se concentram três dos cinco municípios campeões do desmatamento – daquele desmatamento autorizado e permitido para cada proprietário no âmbito do Código Florestal. Definições como estas poderiam ser úteis para qualificar o debate sobre o desmatamento na Amazônia. No entanto, não há profusão de tal debate. E isto acontece pela falta de informações claras e oficiais sobre as origens e características do desmatamento. Quem derruba mais, em que tipo de fronteira e sob qual dinâmica (econômica e social) local (e não somente regional ou nacional) a floresta é desmatada, são ainda questões sem respostas claras. Sem conhecer tais respostas, fica difícil criar as bases para uma escolha acertada entre desmatamento desejável e indesejável. Se superarmos tais entraves, será mais fácil compreender o espanto em relação ao anúncio das taxas de desmatamento e nos orientarmos na busca de uma melhor política de ocupação da Amazônia. A correção da miopia só será conseguida quando deixarmos de discutir a flutuação das taxas para debatermos de uma vez por todas que tipo de ocupação da Amazônia os brasileiros querem e sob quais condições.
Fronteiras
Nas “Fronteiras Empresariais” de agropecuária consolidada, onde a viabilidade da agricultura em grande escala é alta (Norte do Mato Grosso e Sul do Pará), o desafio principal em curto prazo é o de fazer com que os produtores cumpram as determinações do Código Florestal. Uma oportunidade neste sentido é a implementação do sistema de licenciamento de propriedades rurais do Governo do Mato Grosso atrelado à certificação de propriedades e de produtos do agronegócio. No entanto, falta definir medidas complementares que desestimulem o desmatamento inapropriado e ilegal. Incentivos de mercado para aqueles que produzam de forma ambientalmente sustentável, como já ocorre na exploração florestal, poderão proteger os recursos naturais em paisagens de alta produtividade agrícola e pecuária. Nas “Fronteiras Familiares”, onde a agricultura familiar está consolidada ou em processo de consolidação, como a Transamazônica, o desafio principal é fortalecer e apoiar as iniciativas de gestão de recursos naturais já em andamento, como o Proambiente, as casas familiares rurais e investimento na gestão de unidades de conservação (p.ex. Terra do Meio). Apesar do desmatamento continuar nessas áreas, motivado principalmente pela expansão das áreas de pastagem, existem associadas a esta, outras práticas de uso do solo mais diversificadas e que trazem benefícios mais diretos para um maior número de pessoas que vivem na região. Portanto, estas áreas apresentam um consórcio de atividades associadas ao desmatamento que é socialmente mais aceitável. Nas “Fronteiras de Expansão Explosiva”, onde o governo está ausente ou inexpressivo, o desmatamento ocorre de maneira frenética tendo a grilagem de terras e a exploração madeireira ilegal como sua força motriz, as intervenções devem ser no sentido de conter o desmatamento e a exploração madeireira desordenada com exemplos de punição imediata dos principais agentes da ilegalidade, até que a implementação de um plano de ordenamento e gestão territorial seja possível. Por exemplo, o desafio principal em áreas como Castelo de Sonhos, Novo Progresso e Moraes de Almeida, na rodovia Cuiabá-Santarém, é o de prevenir o desperdício dos recursos naturais pelo desmatamento em áreas inapropriadas para a agricultura e pecuária e conter a extração ilegal de madeira.
Focalizando o debate sobre o desmatamento na Amazônia
1. O desmatamento deve ser encarado a partir da premissa de que há tipos de desmatamento que podem ser aceitos e trazem benefícios para a sociedade. O critério de aceitação neste caso seria estabelecido pelo nível dos benefícios para a sociedade e do impacto que causam sobre o ambiente. Ao assumir essa premissa, fica mais fácil atuar de maneira focalizada sobre aquele desmatamento inapropriado.
2. O desmatamento “inapropriado”, que deve ser alvo de programas de redução, é aquele que: (a) visa apenas tomar a posse da terra para especulação; (b) ocorre em terras inapropriadas para a agricultura ou a pecuária devido ao relevo acidentado, solos inadequados, altos índices de precipitação, distância elevada dos mercados e ausência de estradas; (c) é pouco produtivo; (d) é ilegal (atinge a reserva legal e as áreas de proteção permanente); (e) ocorre em áreas de elevado valor para a conservação ou utilização sustentável da biodiversidade (áreas ainda não protegidas por unidades de conservação); (f) ocorre em áreas onde a melhor opção econômica de uso da terra é florestal – seja para produção madeireira, não-madeireira, ou ambas.
3. O desmatamento pode ser considerado “apropriado” quando reunir os seguintes critérios: (a) seja realizado de forma legal, cumprindo os preceitos das leis ambientais (p.ex. o Código Florestal); (b) seja realizado em solos aptos para agricultura e produtivos; (c) ocorra em áreas com infra-estrutura adequada e, portanto, com baixo risco de abandono precoce da atividade; (d) traga benefícios socioeconômicos e ambientais às populações tradicionais da Amazônia (quilombolas, caboclos, indígenas) e pequenos agricultores.
4. Para evitar o desmatamento “inapropriado” será necessária uma estratégia integrada baseada em processos de planejamento ao longo de novos corredores econômicos, com a participação das várias esferas de governo, incluindo as prefeituras e os diversos atores sociais existentes na região. Decisões econômicas e políticas interferem diretamente nos fluxos migratórios e no tipo de ocupação ao longo dos corredores econômicos da Amazônia. Estes corredores devem ser tratados como uma unidade geográfica dos processos de planejamento regional participativo. As rodovias em asfaltamento representam novos focos de desmatamento e são as áreas onde o governo e a sociedade civil podem ter o máximo de influência sobre a dinâmica de conversão da cobertura vegetal. Este processo já está em andamento, liderado pela sociedade, na Transamazônica, na Cuiabá-Santarém e na Transoceânica (estrada para o Pacífico).
5. Dentro dos planos de desenvolvimento de cada corredor econômico é necessária uma abordagem diferenciada para cada tipo de fronteira, visando a gestão de recursos naturais que maximize os benefícios para a sociedade amazônica e brasileira como um todo.

Desmatamento.

É a operação que objetiva a supressão total da vegetação nativa de determinada área para o uso alternativo do solo. Considera-se nativa toda vegetação original, remanescente ou regenerada, caracterizada pelas florestas, capoeiras, cerradões, cerrados, campos, campos limpos, vegetações rasteiras, etc. Reforçamos o entendimento de que qualquer descaracterização que venha a suprimir toda vegetação nativa de uma determinada área deve ser interpretada como desmatamento.
Entende-se por área selecionada para uso alternativo do solo, aquelas destinadas à implantação de projetos de colonização de assentamento de população; agropecuários; industriais; florestais; de geração e transmissão de energia; de mineração; e de transporte. (definição dada pelo Decreto 1.282, de 19 de outubro de 1994 – Cap. II, art. 7º, parágrafo único e pela Portaria 48, de 10 de julho de 1995 – Seção II, art. 21, §1º).
De acordo com EMBRAPA (1996) e conforme CNPq e Academia de Ciências do Estado de São Paulo (1987), desmatamento é caracterizado pela prática de corte, capina ou queimada (por fogo ou produtos químicos), que leva à retirada da cobertura vegetal existente em determinada área, para fins de pecuária, agricultura ou expansão urbana.
Partindo do princípio que o desmatamento envolve um impacto ambiental dos mais acentuados, devido à descaracterização total do habitat natural, considera-se esta prática como sendo a última alternativa, pois se a área solicitada para o desmate ainda é madeirável, isto é, se ela possui madeira de boa qualidade em quantidades economicamente viáveis, ao invés de se efetuar um desmatamento, deve-se implantar um Plano de Manejo Florestal Sustentado (PMFS). Caso a área requerida seja para formação de pastagens, dependendo da tipologia, pode-se optar pelo plantio direto. Nos casos em que a área solicitada realmente depende do corte raso para possibilitar o uso agrícola, pode-se intercalar faixas de vegetação nativa entre as áreas de plantio, a fim de minimizar os impactos envolvidos com a perda de solo e processos erosivos.
Na Amazônia Legal, as solicitações de conversão para uso alternativo do solo acima de 3ha/ano não podem prescindir da apresentação de inventário florestal, bem como de vistoria prévia. Anteriormente a qualquer vistoria, o técnico executante deve rever a legislação para que não ocorram deslizes devido à inobservância legal.
Em atendimento a Instrução Normativa 003, de 10 de maio de 2001, deve-se apresentar o Inventário Florestal a 100% de todos indivíduos com DAP 20cm para a região da Amazônia Legal. Tecnicamente espera-se que a partir desta prática se possa determinar os fatores florísticos e estruturais da vegetação, tais como: o número de espécie por unidade de área; a existência de espécies imunes de corte; a densidade de indivíduos; e a área basal e o volume, não só das espécies economicamente aproveitáveis nos dias de hoje, mas também daquelas que ainda não entraram no mercado por motivos técnicos desconhecidos.
Como evitar o desmate clandestino
- Intensificar a Educação Ambiental, levando a consciência a todas as comunidades locais;
- Retomar a Extensão Rural;
- Melhorar a fiscalização.

Histórico - Desde o início da colonização do Brasil, as florestas da região costeira vêm sendo derrubadas. Naquela época, destacavam-se as matas de jacarandá e de outras madeiras nobres da região do Sul da Bahia, do Norte do Espírito Santo e da denominada Zona da Mata de Minas Gerais. De um total de, aproximadamente, 1,3 milhão de quilômetros quadrados da Mata Atlântica primitiva, restam, apenas, cerca de 50 mil km2 - menos de 5% da área original.
A intensificação do desmatamento se acentuou a partir de 1920, após o término da I Grande Guerra, com a vinda de imigrantes, especialmente da Europa. Além do prosseguimento da derrubada das árvores da Mata Atlântica, ocorreu a destruição avassaladora dos pinheirais da região Sul do país. Os carvoeiros e lenhadores avançavam com a derrubada de árvores para suprir as demandas dos usuários, destacadamente nas regiões dos Cerrados e do "Meio-Norte", não respeitando as restrições legais de matas nativas, de proteção das nascentes, limites das margens dos cursos d’água, encostas com declives acentuados e topos de morros.
Na região norte do Estado do Paraná, as matas de perobas e outras espécies de madeiras-de-lei foram extintas, sem o devido aproveitamento nas serrarias, porque o objetivo era a ocupação da área para plantios de cafezais. As áreas desmatadas da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado somam 2,5 milhões de km2 (250 milhões de hectares) - quase 30% do território brasileiro, ou a soma das superfícies formadas pelos Estados das Regiões Nordeste e Sudeste. Os técnicos florestais estimam que o desmatamento, em todo o território é superior a 300 milhões de hectares de matas.
O desmatamento e as queimadas da região Amazônica constituíram as mais sérias preocupações dos ambientalistas nas últimas décadas, por acarretar desequilíbrios imprevisíveis ao ambiente, com conseqüências desconhecidas. A extração ilegal de madeira, o desmatamento para uso alternativo do solo, sobretudo para a formação de extensas pastagens e plantios agrícolas formam a maior ameaça às florestas. A destruição da Amazônia, a maior das florestas primárias remanescentes do mundo é assustadora. Somente nos últimos quatro anos mais de 77 mil km2 - uma área um pouco maior do que os Estados do Rio Grande do Norte e Sergipe juntos - foram devastados.
Várias madeireiras estrangeiras, principalmente da Indonésia, Malásia, China e Japão, estão instaladas na região. Devido à precária fiscalização governamental na área, é grande o corte clandestino de árvores, que muitas vezes acontece, também, em reservas indígenas. Segundo relatório do Greenpeace, dos 36 pontos críticos de destruição na Amazônia, 72% estão relacionados à indústria madeireira. Apenas uma companhia que opera na região, a Mil Madeiras, é totalmente certificada pelo Conselho de Manejo Florestal e, das 17 companhias madeireiras pesquisadas, 13 indicaram não ter qualquer interesse em obter a certificação.
Um outro dado alarmante é que, nas últimas duas décadas, a contribuição da Amazônia na produção de toda a madeira utilizada no Brasil aumentou de 14% para 85%. A região forneceu quase 29 milhões de m3 de toras em 1997. De acordo com dados oficiais, 80% dessa exploração é feita de forma ilegal. Segundo o Greenpeace, mesmo a extração considerada legal é altamente destrutiva e o uso de tecnologia obsoleta resulta em enorme perda de matéria-prima durante o processo produtivo. Segundo a entidade, em média, apenas um terço da madeira extraída é transformada em produto final. Organizações não-governamentais de meio ambiente defendem também implementação de novas áreas para proteção da floresta, uma vez que as áreas protegidas existentes equivalem a apenas 3,5% da Amazônia. Até hoje, aproximadamente dois terços da Amazônia permanecem como floresta virgem e ainda podem ser preservados.

Amazônia: criado sistema para evitar desmatamento

A Amazônia terá um novo sistema para tentar frear o desmatamento e as queimadas na floresta. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lançou no dia 5 um portal com informações atualizadas sobre a situação de florestas e de áreas protegidas, como reservas indígenas e unidades de conservação. Os dados estão disponibilizados em quatro mapas, além de relatórios e gráficos.
De acordo com uma das líderes do projeto, a técnica em geoprocessamento Kátia Pereira, o objetivo é contribuir para a transparência ambiental na região: "Temos em mente o desenvolvimento sustentável na Amazônia e queremos contribuir com as ações de fiscalização do governo e dos órgãos que tratam dessa questão. O nosso próximo passo agora é disponibilizar informações sobre a exploração madeireira e os planos de manejo da região".
Os dados sobre queimadas e desmatamento, explicou, são obtidos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e cruzados com informações da organização ambientalista, como municípios e terras indígenas envolvidos na área monitorada. "A partir daí, são geradas as estatísticas e se pode fazer inclusive um histórico sobre uma determinada área protegida", disse.
Além dos mapas de desmatamento e queimadas, o Imazon desenvolveu um sistema independente de alerta para monitorar a derrubada das florestas. O relatório mais recente é de abril e está relacionado ao desmatamento em Mato Grosso. De acordo com o boletim divulgado no site, a derrubada foi reduzida em 89%, na comparação com igual período do ano passado.
Um dos fatores para essa redução, segundo a especialista, foi a moratória da soja, defendida pelas empresas compradoras do grão, que não aceitam a produção em áreas desmatadas na Amazônia. Kátia Pereira apontou ainda a queda na cotação do dólar e ações efetivas do governo para conter o desmatamento.
O Sistema de Alerta e Desmatamento do Imazon cobre atualmente apenas o Estado de Mato Grosso, mas deve ser expandido para os nove estados que têm a Floresta Amazônica dentro dos seus limites geográficos. Mais informações podem ser obtidas no site www.imazon.org.br.

Reflorestamento da Amazônia


A Amazônia é a maior floresta do Brasil, sendo uma das maiores do mundo e da América Latina. Mas a destruição e o desmatamento do meio ambiente só fizeram com que a floresta diminuísse e sofresse com isso.
Muitos animais que fazem parte da fauna Amazônica estão extintos e apenas viraram uma foto em catálogos. Isso se deve pelo fato de caça, apreensão ilegal, destruição do habitat natural da espécie, etc.ONGs que se preocupam com o meio ambiente, como o Greenpeace e o WWF, tentam reflorestar a Amazônia, ou seja, replantar tudo o que já foi desmatado e destruído pelo homem. É uma tarefa difícil, mas aos poucos esta sendo feita.

Queimadas na Amazônia


A Amazônia é um território de grande reserva florestal que ocupa 6,6 milhões de km², espalhados por nove paises da América latina, espalhados por diversos ecossistemas, como cerrados, matas de terra firme, florestas úmidas, savanas e manguezais.
Essa floresta é protegida por lei, devido às diversas biodiversidades de animais e plantas, que lá vivem. Dados do Inpep revelam que o desmatamento aumentou nos últimos dois meses do final do ano de 2007, acredita-se que 17% da floresta amazônica tenham sido derrubadas ou queimada nos últimos anos.O presidente brasileiro tomou decisões emergenciais, suspendendo, por exemplo, com a autorização para desmatamento nos 36 municípios da Amazônia e o recadastramento de posse naquela região, e fez também uma maior proteção contra as queimadas

O desmatamento acontece no mundo todo, e o nosso país não escapa dessa realidade. A maior e principal floresta da América latina é a Floresta Amazônica, tendo sua maior parte presente no território brasileiro.
E é ela que sofre as maiores conseqüências do desmatamento do país. Industrias dos mais diversos produtos se instalam nas florestas desmatando e poluindo o meio ambiente. Varias ONGs tentam preservar e manter a ordem, mas muitas pessoas insistem em destruir.
O desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 9% da mata sobrevive a cobertura original de 1500. Mesmo com as florestas sendo as mais atingidas, o desmtamento ocorre no país inteiro.





O desmatamento a cada que passa vem ultrapassando seus limites. Empresas sem consciência desmatam áreas, ambientes sem mesmo tomar se conta de qual será o resultado. E o desmatamento é uma constância do mundo todo e não apenas do Brasil com a Amazônia, o planeta todo vem sofrendo.
Apesar de que nosso país tudo parece mais visível, o desmatamento é grande, mas o que dizer se desde quando fomos descoberto pelos portugueses, o pau-brasil já foi explorado de forma aguda, o que dizer dos dias atuais então? Lamentável.
Segundo estimavas daqui a uns 30, 50 anos, toda área da Amazônia estará devastada, fazendo com que todo aquele natural verde, se transforme num deserto.
E se o desmatamento avançar sem parar?O aquecimento Global já está ai, é uma realidade, o planeta já vem se mostrando enfurecido, são furacões, tsunami pra todo lado. Por isso, nossa dica de hoje, é evitar ao máximo a devastação, preserve mais, faça sua parte, dessa forma com certeza você viverá num planeta muito melhor

segunda-feira, 28 de setembro de 2009



       As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Espera-se que, no início deste novo século, o homem tome consciência destes problemas e comece a perceber que antes do dinheiro está a vida de nosso planeta e o futuro das gerações futuras. Nossos filhos têm o direito de viver num mundo melhor.


    

      O desmatamento nas florestas brasileiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu.
       Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos.
       Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as conseqüências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madereiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração. Um relatório divulgado pela WWF ( ONG dedicada ao meio ambiente ), no ano de 2000, apontou que o desmatamento na Amazônia atinge 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 9% da mata sobrevive a cobertura original de 1500.Embora os casos da Floresta amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamada frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio.
      O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e pólos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas.
      Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos incêndios tem como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias.
       Este problema não é exclusivo do nosso país. No mundo inteiro o desmatamento ocorreu e ainda está ocorrendo. Nos países em desenvolvimento, principalmente asiáticos com a China, quase toda a cobertura vegetal foi explorada. Estados Unidos e Rússia também destruíram suas florestas com o passar do tempo.
       Embora todos estes problemas ambientais estejam ainda ocorrendo, verifica-se uma diminuição significativa em comparação ao passado. A consciência ambiental das pessoas está alertando para a necessidade de uma preservação ambiental. Governos de diversos países e ONGs de meio ambiente tem atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico.

O homem está acabando com as florestas do nosso país, por exemplo, a Amazônia é o nosso pulmão, o homem está acabando com ela e sem o nosso pulmão não vivemos. 45% ou mais da Floresta Amazônica já foi devastada.


Moto Grosso é o Estado com maior concentração de áreas degradas.

Desmatamento

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Desmatamento na Amazônia: corte ilegal de árvores




História do desmatamento no Brasil
O desmatamento, também chamado de desflorestamento, nas florestas brasileiras começou no instante da chegada dos portugueses ao nosso país, no ano de 1500. Interessados no lucro com a venda do pau-brasil na Europa, os portugueses iniciaram a exploração da Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas de toras de pau-brasil para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos.

Desmatamento na Amazônia e na Mata Atlântica
Desde então, o desmatamento em nosso país foi uma constante. Depois da Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica sofrer as conseqüências da derrubada ilegal de árvores. Em busca de madeiras de lei como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal. Um relatório divulgado pela WWF ( ONG dedicada ao meio ambiente ) no ano de 2000, apontou que o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original. O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 9% da mata sobrevive a cobertura original de 1500.
Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre nos quatro cantos do país. Além da derrubada predatória para fins econômicos, outras formas de atuação do ser humano tem provocado o desmatamento. A derrubada de matas tem ocorrido também nas chamada frentes agrícolas. Para aumentar a quantidade de áreas para a agricultura, muitos fazendeiros derrubam quilômetros de árvores para o plantio.

Urbanização e desmatamento
O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes. O crescimento populacional e o desenvolvimento das indústrias demandam áreas amplas nas cidades e arredores. Áreas enormes de matas são derrubadas para a construção de condomínios residenciais e pólos industriais. Rodovias também seguem neste sentido. Cruzando os quatro cantos do país, estes projetos rodoviários provocam a derrubada de grandes faixas de florestas.
Queimadas e incêndios
Outro problema sério, que provoca a destruição do verde, são as queimadas e incêndios florestais. Muitos deles ocorrem por motivos econômicos. Proibidos de queimar matas protegidas por lei, muitos fazendeiros provocam estes incêndios para ampliar as áreas para a criação de gado ou para o cultivo. Também ocorrem incêndios por pura irresponsabilidade de motoristas. Bombeiros afirmam que muitos incêndios tem como causa inicial as pontas de cigarros jogadas nas beiradas das rodovias.

No Mundo
Este problema não é exclusivo do nosso país. No mundo inteiro o desmatamento ocorreu e ainda está ocorrendo. Nos países em desenvolvimento, principalmente asiáticos como a China, quase toda a cobertura vegetal foi explorada. Estados Unidos e Rússia também destruíram suas florestas com o passar do tempo.
As ações contra o desmatamento
Embora todos estes problemas ambientais estejam ainda ocorrendo, verifica-se uma diminuição significativa em comparação ao passado. A consciência ambiental das pessoas está alertando para a necessidade de uma preservação ambiental. Governos de diversos países e ONGs de meio ambiente tem atuado no sentido de criar legislações mais rígidas e uma fiscalização mais atuante para combater o crime ecológico. As matas e florestas são de extrema importância para o equilíbrio ecológico do planeta Terra e para o bom funcionamento climático. Espera-se que, no início deste novo século, o homem tome consciência destes problemas e comece a perceber que antes do dinheiro está a vida de nosso planeta e o futuro das gerações futuras. Nossos filhos têm o direito de viverem num mundo melhor.

Vale lembrar:
- O desmatamento numa determinada região pode provocar o processo de desertificação (formação de desertos e regiões áridas). Este processo vem ocorrendo no sertão nordestino e no cerrado de Tocantins nas últimas décadas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Sejam bem vindos

Olá pessoal, nós alunos Benedita, Ricardo e Werman da FEF do curso de Geografia estamos realizando um projeto pedagógico de integração tecnológica entre os alunos. Escolhemos o tema Desmatamento como base do nosso projeto, iremos postar vários documentos interessantes, esperamos que gostem e ajude-nos com esse trabalho participando e criticando o que postamos. Obrigado.